26.7.06

Novos ares para o jornalista?

A PLC 79/2004, nova regulamentação para os jornalistas foi aprovada pelo senado á algumas semanas atrás, e esta regulamentão tem sido motivo de muita polêmica no ambiente jornalistico, devido as novas leis que ela carrega. Dentre estas leis, uma das mais questionadas pelos grandes veículos de comunicação (tv, radio, jornal e internet), é a da obrigatoriedade do diploma para que se possa exercer a profissão.

Para a Federação Nacional dos Jornalistas [Fenaj] (orgão responsável pelo decreto), "a lei determinará maior proteção para os jornalistas, realmente submetidos a condições de trabalho bastante precárias."

Já a Globo com toda a sua classe, desceu a lenha!!!

Eu acho justo que para se exercer a função de jornalista, o individuo tem que ter sido formado em um curso de jornalismo, por mais escroto que seje, caso contrário para que manter o curso se qualquer um pode ser jornalista? - o unico ponto o qual tem que se contestar nisto tudo é a experiência, vivência e o conhecimento que este jornalista terá sobre determinado aréa (econômia, esporte, cultura, política e etc.), pois isto não é vivenciado na teoria e sim no interesse e busca pelo conhecimento ao qual o jornalista está disposto (prática), e por isso, talvez, tenha sido mais facil para estes veículos, empregarem em suas redações pessoas que pertenceram ao ramo, e que agora correm o risco segundo os defensores do veto à regulamentação de perderem seus postos (a regulamentação será aprovada ou não pelo presidente Lula no próximo dia 28/07).

Os dois lados neste ponto:

“Como será formado um comentarista numa faculdade de comunicação? Ele vai receber um saber enciclopédico que lhe permita opinar tanto sobre a seleção brasileira na Copa do Mundo como sobre a cultura do mamão no Havaí ou o cultivo de laranjas na Califórnia?”, pergunta Maurício Azedo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

"Alegam que o futebol ficará desprovido dos comentários de ex-jogadores, como Pelé, Casagrande, Falcão etc. Outra inverdade. Ou será má-fé? Estes profissionais, como qualquer outro especialista em qualquer temática, não fazem, e nunca fizeram, jus à condição de jornalista profissional, mas tão-somente a de colaborador. É assim há quase 40 anos, pela legislação citada anteriormente, e nada muda na nova lei....Os colaboradores continuarão a poder comentar no campo técnico científico ou cultural que dominam. O que a lei torna mais claro é que eles não podem realizar tarefas nitidamente jornalísticas, como fazer reportagens, entrevistas, editar etc. Implanta também a necessidade de os interessados comprovarem que são efetivamente experts na área sobre a qual desejam escrever, analisar ou comentar." - Chico Sant'Anna

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Quanto aos profissionais de imagem – diagramadores, repórteres fotográficos e cinematográficos – o projeto estabelece que estes jornalistas, a exemplo dos colegas de texto, deverão também ter uma formação universitária. A medida, além de atender uma reivindicação existente há cerca de uma década – foi aprovada pelo Congresso dos Jornalistas do Rio de Janeiro em 1998 – busca a melhoria da qualidade profissional e também tenta fechar uma porta às fraudes na concessão de registros profissionais. - Observatório

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Esta (concessão do diploma) é só uma das divergências levantadas por ambos os lados, ainda tem a questão da assesoria de imprensa, que afinal tem que ser liderada ou formada por qual profissonal? - De acordo com esta nova regulamentação, a assessoria de imprensa deve ser formada por profissionais formados na área de jornalismo, excluindo assim RPs, e outros cargos mais.

Bucci diz o seguinte sobre o assessor de imprensa:

"O assessor de imprensa é um artífice e ao mesmo tempo um divulgador da boa imagem daquele que o contrata. Na prática, não é jornalista. Jornalista é estritamente o profissional encarregado de levar notícias ao público, num serviço que atende, no fim da linha, o titular do direito à informação e mais ninguém. O assessor de imprensa (...) ganha para propagar aquilo que o seu cliente (ou empregador) tem interesse em difundir." - In, Sobre Ética e Imprensa, Eugênio Bucci

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Para mim ou uma coisa ou outra. Ou se acaba com o curso, afinal se continuar com esta "liberdade de imprensa" todos serão jornalistas e o real profissional não terá vez. Ou se respeita as leis e assim os jornalistas teram mais tranquilidade em seu trabalho, mas claro respeitando e mantendo os "experts" em certos assuntos, desde que ao menos eles passem por um mini-curso, por que aguentar os "Noronhas da vida" não é fácil não.

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