9.7.06

A mídia na construção da subjetividade do cidadão


Assunto decorrente e até previsível nos dias atuais, mas que só agora tenho a possibilidade de discutí-lo de forma aberta e que, portanto venho aqui reanimá-lo, é o papel que a mídia, especialmente a televisão vem desenvolvendo nos tempos atuais no que diz respeito a construção do cidadão.


Vários fatores influenciam na programação diária dos canais de Tv e dentre eles, talvez o mais claro seja a busca pela audiência a qualquer custo. De certa forma á de se entender que o nível de audiência é um dos pontos cruciais para que o canal se mantenha em atividade nestes tempos nos quais o capitalismo se encontra em plena ascendência tanto no campo objetivo quanto no subjetivo, mas se tornou simplória e desrespeitosa para com o cidadão, esta corrida pela "mais valia" desejada pelas redes de tv e pelos outros veículos - rádio, jornal, internet.

A televisão assim como o jornalismo, melhor dizendo, a mídia em geral nas atuais circunstâncias em que se encontra a sociedade pós-moderna (instantaneidade, rapidez, busca incessante de resultados, "tempo é dinheiro"), se tornou aos olhos de alguns críticos da contemporaneidade (Baudrillard, Bucci, dentre outros), uma instituição de aprendizado, educação e formação do cidadão para que se possa conviver em sociedade, e por este motivo os agentes desta nova instituição deveriam primar por estes princípios, porém o que se vê perpassando diariamente por estes veículos são as velhas mensagens que obedecem a lógica do mercado e consumo instituídas pelo capital, a publicidade está impregnada em todos os espaços nos quais a mídia se subdivide (o que não deixa de ser aceitável e lógico) e com a crescente evolução do capitalismo houve uma inversão de papéis no que diz respeito a publicidade e a informação, pois a primeira que antes era secundária e complementar, hoje se tornou principal. Com isso o individuo se habituou a receber muito mais mensagens superficiais do que informacionais, resultando em um individuo completamente vazio de conhecimento, mas recheado de imagens promocionais.

Um teste claro seria perguntar para uma criança o que significa a páscoa ou o natal? - A respota será na maioria das vezes voltada para a imagem do ovo de chocolate e do papai noel com seus presentes, e conseqüentemente o pedido de compra dos mesmos, e a constatação de que a história foi sucumbida pelos valores comerciais mais uma vez seria reforçada, ou seja, a tradição se perdeu.

Talvez seja ir muito longe pensar desta forma, mas a mídia hoje pode ser a instituição mais atuante na vida do individuo e conseqüentemente a principal modelaroda da subjetividade deste, pois a família assim como a escola estam cada vez menos presentes e sem ação perante este crescimento de novos ideais pregados pela nova era, e infelizmente a tendência é que cada vez mais este distanciamento se agrave e no final haja uma infinidade de beavis and buttheads espalhados pelo mundo.


Este tema aborda várias outras vertentes e é muito mais complexo do que aparenta ser, mas aborda-las aqui somente neste texto seria desgastante e necessitaria de muito mais profundidade e conhecimento, portanto deixo para postagens futuras uma maior explanação sobre o tema.


"Tv, assisto, logo não penso"

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