2.8.06

CONFLITO II: E o papel da imprensa!

O bom de ter aula é que sou obrigado a ficar acordado até mais tarde, e ontem ao chegar em casa consegui finalmente ver o programa do Observatório da Imprensa na Tv, mas o que quero falar aqui é sobre o tema discutido no programa de ontem que dizia respeito ao papel que a imprensa exerce ou tem que exercer neste conflito entre Israel e Hesbollah no Líbano.

O debate foi bom para ver que os críticos da mídia no Brasil ultimamente estão com um olhar meio que "micro" em relação ao papel da imprensa, eu até então não tinha parado pra pensar nisto.

Alberto Dines insistia em dizer que a imprensa era o "poder" que tinha mais condições de mudar a atual situação do Oriente Médio, através de críticas claras às ações de Israel, citou como exemplo o caso de Qana, no qual o mundo todo condenou a ação de Israel, porém a imprensa no geral assumiu ares de indiferença, somente noticiou o fato. Exemplo disto é a reportagem feita pela Folha a respeito do ocorrido.

Porém os outros debatentes (infelizmente não tenho ainda os nomes deles e seus respectivos cargos, por que não lembro agora e lá no site do Oi ainda não tem nada), lembraram bem que a imprensa brasileira no que tange à este assunto não tem muito o que fazer a não ser noticiar o assunto, mesmo por que, criticas postas aqui não causariam mudanças nenhuma no rumo do conflito e muito menos a "voz" do Brasil chegaria aos "ouvidos" de Israel ou Hezbollah e mesmo que cheguem não causará abalo nenhum á ambos.

A posição geral dos debatentes era á de que a unica imprensa que poderá alterar o rumo do conflito é a americana através de sua ala critica, desde que começassem a fazer criticas ao posicionamento do governo americano em relação ao conflito, conseguindo desta forma fazer com que sua opinião publica se posicione a favor de uma intervenção americana, obrigando assim que seu governo tome alguma atitude mais enérgica.

Outro ponto levantado também é o da imprensa israelense, que também teria força para mudar está situação, porém está já adotou uma postura crítica e um lado, mas a sua escolha foi pela defesa da causa de Israel. Somente alguns "gatos pingados" da imprensa israelenses ousam ir contra o governo e a opinião publica de Israel (e sofrem as conseqüências), pois até a opinião publica de Israel é a favor das atuais decisões tomadas pelo governo, o sentimento de naciolismo israelense é tão forte que a sociedade não enxerga que vidas de "irmãos" que nada tem a ver com a história estam em jogo.

A imprensa de certa forma como é um dos poderes que pode dar cara nova ao confronto, mas não encerra-lo de vez, pois tem muita coisa por trás destes conflitos no Oriente, e generalizar o papel da imprensa acredito que seja contestável.

Para nós que estamos longe e que nada podemos fazer, creio que basta a notícia, a informação, a parte crítica deixa para os cronistas em suas colunas.

Dines publicou ontem um texto bacana também no Oi a respeito do tema, o qual cito uma de suas frases aqui:

"Um editorial num grande jornal brasileiro dificilmente mudará o curso da guerra no Oriente Médio, mas será registrado, computado, e em algum momento poderá fazer a diferença."

Frase a qual discordo, o Brasil e a opinião publica brasileira não farão diferença em nenhum momento, afinal o mundo todo é contra o conflito (talvez os EUA não seja..rs) e nada mudou até agora, e os únicos que podem mudar ou amenizar isso são o pessoal da terra do Tio Sam, e os próprios países envolvidos.

Segue aqui o link para o texto de Dines:
Réquiem para a Era da Informação

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