17.10.07

A luta da música Independente no cenário nacional

A industria fonográfica esta cada vez mais escassa de novos nomes no cenário musical, uma gama enorme de músicos independentes se encontram no mercado da musica, porém a pressão e concorrência imposta pelas grandes gravadoras, os impedem de crescer e rivalizar com artistas já tarimbados.

Nos encontramos em meio a um cenário musical no qual os únicos artistas que despontam, são aqueles que repetem a fórmula de seus antecessores, com isso, volta e meia nos deparamos com o sucesso de uma nova dupla sertaneja, ou com uma nova banda de emocore, e esta fórmula vem sendo a receita de sucesso no cenário musical brasileiro, na qual, letras, arranjos, ritmos, sonoridades, harmonia e instrumentos são sempre os mesmos, não havendo nada de inovador.

Não quero dizer através destas exposições, que estes músicos já inseridos no cenário musical devem inovar ou investir em outros segmentos, e muito menos quero dizer que estes ramos da musica são ruins, o que quero aqui, é mostrar que há vários outros ritmos com outras sonoridades espalhados por este "mundão" que é o Brasil, mas que devido a falta de apoio, são conhecidos somente nas regiões e pelos indivíduos com os quais estes artistas tem contato.

A quantidade de festivais dos quais estes músicos e bandas independentes participam ao longo do ano é considerável, contudo o espaço na mídia de massa se encontra restrito à programas e canais específicos, como exemplo disto, pode-se citar a Rede Minas e seus programas - alto falante e Musica Independente, além também da Rádio Inconfidência com o mesmo programa de promoção à musica independente mineira.

Arrisco a dizer, que é muito mais prazeroso ir a um dos vários festivais da cena alternativa e independente espalhados pelo Brasil, do que ir em um festival promovido por uma grande emissora de rádio ou tv, tal opinião, se deve muito as características do público, e principalmente a riqueza e variedade dos sons que se pode encontrar nestes festivais da cena alternativa.

A título de conhecimento, segue ai alguns festivais que promovem a música independente no Brasil:
Festival Garimpo: Realizado em Belo Horizonte, através de uma parceria entre o programa alto falante e o bar A obra.

Abril pro Rock: Realizado anualmente no mês de abril, em Pernambuco; O Goiânia Noise; e o Mada realizado em Natal. Há ainda aqui em Minas, o Conexão telemig celular de música.

Felizmente há meios pelos quais estes músicos podem mostrar seus trabalhos para uma parcela maior da sociedade, e é legal ver grandes instituições como a Telemig (com o Conexão), a Oi (com o Garimpo) e a Tim (com o Mada) incentivando e apoiando estes eventos, acrescenta-se ainda também à estes meios de promoção, as leis de incentivo a cultura, que vem sendo cada vez mais usadas para a efetivação e realização de eventos como o Conexão e o Projeto de música independente, conseguindo assim, dar mais espaço para estes artistas independentes, que se encontram espalhados e muitas vezes desconhecidos em meio ao imenso cenário nacional da música brasileira.

Com esta evolução, por parte das instituições, no modo de ver os artistas da cena independente, espero que a variedade de ritmos existentes no Brasil possa ser levada e conhecida em todos os cantos deste país. Ritmos, sons e letras tão variadas não podem ser restritas somente à pequenos guetos, quanto mais influências musicais existirem no país, mais rico culturalmente seu povo ficará, pois muito do que estes artistas fazem, pode ser considerado musica de qualidade, seja por sua musicalidade, seja por sua mensagem, o que, não se vê há muito tempo nos principais hits do momento.

Vejo músicos muito bons neste cenário independente, músicos estes, que com certeza almejam o sucesso e esperam um dia ouvir seu som sendo tocado em diversas rádios pelo Brasil, vamos ver se com esta onda de apoio cultural, grandes empresas ofereçam - através das leis de incentivo a cultura - cada vez mais oportunidades para estes artistas serem conhecidos nacionalmente, para que assim se possa conseguir deixar estes artistas em pé de igualdade com os músicos e ritmos de massa brasileiros, não com o intuito de competir, mas sim de mostrar a riqueza dos ritmos e músicos espalhados por todo o Brasil.

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